1 de janeiro de 2014

Robeto Esteves

Era final de 1989. Exatamente dia 31 de dezembro. Estava grávida de meu terceiro filho. Nesta época pastoreávamos a igreja em Santana do Livramento, fronteira com a cidade de Rivera (Uruguai).
Estando já com 8 meses e meio as expectativas eram que a criança nascesse até 15 de janeiro. Estávamos ansiosos e preocupados pois Roberto viajaria para S. Paulo no dia 04, onde iria participar do Concílio Regional. Sendo assim, havia grande possibilidade que o bebê nascesse antes de sua volta. Apesar destas e outras preocupações, estávamos a pleno vapor quanto aos preparativos da passagem de ano que acontecia na igreja todos os anos. Com a barriga enorme, corria de um lado para o outro acertando os últimos detalhes. O culto que iniciou-se por volta da 21,30 horas foi uma benção, parecia que o céu descia até nós. Tomamos a ceia do Senhor e com muitos abraços e felicitações de um feliz ano novo todos nós nos despedimos. Ao chegar em casa, tudo já estava preparado para ceiarmos. Estavam conosco alguns irmãos e ali à volta da mesa agradecemos a Deus por estarmos entrando para um novo ano com saúde e a graça de Deus sobre nossas vidas. Pudemos testificar que durante todo o nosso ministério Deus não nos deixou faltar nada. O suprimento vinha à nossa mesa todos dias. Fomos dormir por volta das 3 horas da manhã. Planejava dormir até tarde mas fui despertada por fortes dores em minha barriga. Comecei a marcar o tempo e percebi que eram contrações e que ficavam cada vez menos espaçadas. Rapidamente me levantei, me arrumei, fiz café e então chamei Roberto. O bebê iria nascer logo. – Roberto, Vamos! O bebê está querendo nascer. Ele levou um susto, deu um pulo da cama, se arrumou e saímos rapidamente para o hospital. A Casa de Saúde fica bem na divisa do Brasil com o Uruguai. Chegamos por volta de 9 horas da manhã e fomos logo atendidos. As contrações aumentavam a cada minuto. Me levaram rapidamente para a Sala de cirurgia e pouco antes das 10 horas Nosso filho havia nascido. Ao ouvir o seu choro, também chorei, pois já era esperado com muito carinho. Roberto Esteves nasceu saudável com 4.150 gramas, 53 cm, era bem moreninho e com o cabelo bem pretinho. Eu o achei lindo. Como tudo correra bem no parto, tive alta no fim da tarde. Roberto viajou dois dias após o nascimento de nosso filho retornando 15 dias depois. Percebemos como Deus havia cuidado de todos os detalhes e nosso filho nascera antes de sua viagem. Os próximos três meses foram bem agitados, Esteves tinha muita cólica e chorava muito. Aos poucos as coisas foram chegando no seu devido lugar. Ele crescia e estava cada vez mais bonito. Aos 6 meses os dentinhos começaram a aparecer e com 1 aninho andou sozinho. Roberto Esteves era bem sério e não gostava de bajulação, não dava muita bola para os “bilu bilu tetéia”. Em 1991 fomos transferidos para S.Paulo, Esteves estava com 1 ano e um mês. Novos desafios nos aguardavam na nova igreja. Nossos filhos estavam se adaptando à realidade da capital. No final de 1991 ou 1992(não me lembro exatamente a data) quase perdemos nosso filho Esteves, Ele ouviu seus irmãos dizerem que iam comprar bala e sem que percebêssemos ele saiu para ir atrás deles. Quando nos demos por conta, ele já havia sumido. Creio que demoramos pelo menos umas duas horas para encontra-lo. Numa cidade grande como S.Paulo tínha grandes probabilidades de não encontra-lo. Esteves também levou duas grandes quedas que poderiam ter sido fatais: A primeira foi na cidade de Pelotas(RS) creio que no final de 1990. A mesma fazia parte de nossa rota quando saíamos para visitar o Campo Missionário do Sul. A segunda grande queda foi já em S.Paulo. Havíamos acabado de chegar. Roberto viajara para o Campo missionário do Paraguai e Argentina e eu ficara sozinha com os meninos. Jessé muito solícito resolveu descer com o Esteves para dar uma volta. Na casa pastoral havia uma rampa e uma escada que dava acesso ao pátio da igreja. Jessé foi então empurrando o carrinho rampa abaixo e agora chegara à escada, quando chegou no topo da escada ele não conseguiu segura-lo e ele desceu escada abaixo em alta velocidade e o pobre do Esteves caiu de cara no chão. Um galo enorme e horroroso se formou em sua testa mas graças ao bom Deus foi só. Mais uma vez o Senhor o livrou de complicações maiores. Houve uma outra ocasião que ele teve um livramento muito grande. Desta vez foi em Arujabel (S.Paulo) por ocasião do 1º Congresso Geral de Missões quando ele quase se afogou na piscina enquanto brincava. O Senhor mais uma vez o livrou. Roberto Esteves sempre foi muito dedicado em tudo que fazia. Desde criança ele já sabia o que queria e bem cedo estabeleceu suas metas para o futuro. Começou a trabalhar cedo e sempre procurou cumprir com seus deveres. Ele é um rapaz talentoso e com muita criatividade. Desde pequeno gostava de escrever poesias e estórias. Hoje ele está envolvido no grupo de teatro de nossa igreja e também é muito comprometido com aquilo que faz. Esteves não gostava de perder uma EBD. Certa manhã de domingo estava bem frio e chuvoso, havíamos tido um sábado bem agitado e eu vacilei. Fiquei com pena de chama-lo para a irmos a EBD. Deixei-o dormindo, por voltas de 9,30H quem chegava na igreja? Roberto Esteves. Naquele dia levei uma lição pois ele me deu uma bela bronca e me inquiriu porque eu não o havia chamado. Nesta ocasião ele tinha uns 8 anos de idade. Teria muito mais para contar mas vou parar por aqui.

Querido filho, hoje você completa mais um ano de vida. 24 anos mais precisamente. 24 anos de vitória. Temos hoje muitos motivos para dar glórias a Deus. Posso dizer com toda a convicção que Deus tem um propósito para com a sua vida. Portanto, faça valer tudo o que o Senhor tem feito. Você é muito especial para mim mas principalmente para Deus. Todo o seu trabalho e esforço destes últimos anos não tem sido em vão. Temos muito orgulho de você e te amamos muito. 
Hoje 1º de janeiro não deve ser um dia chato, sem graça mas sim de muita celebração e muita alegria pois é seu aniversário. Parabéns! Marcia Amaral

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