29 de janeiro de 2013

Vale a pena estar no centro da vontade de Deus!

Era o ano de 1981, Tinha 18 para 19 anos.  Nesta época trabalhava na Editora Betânia em Venda Nova – Belo Horizonte e era membro da IMW em Venda Nova.
Amava meu trabalho, minha igreja e principalmente a Jesus. Meu coração ardia por Ele desde a minha tenra idade. Tudo que eu queria era andar com Ele, fazer sua vontade e ver a obra crescer.
Acompanhamos o crescimento de nossa amada igreja desde o início em 1967. Crescemos com ela.  Naquela época, era tudo muito precário e difícil, contudo era motivação para trabalharmos mais e mais para o Senhor. Bom, sobre isto falarei numa outra ocasião. Pois bem, Roberto nesta época estava quase terminando o curso teológico em nosso seminário em Nilópolis, O antigo SIBU. Enquanto nos preparávamos para nos casar. Meu Pai não gostava muito da idéia, afinal ele tinha me dado estudo para que eu pudesse me casar com um Doutor e não com um Pastor.

Todos os dias, saia logo cedo de casa e ia a pé até a Betânia, que dava mais ou menos uns 20 a 30 minutos de caminhada. Geralmente ia orando, falando com Deus, Não tinha nenhuma perspectiva de como seria meu futuro, na verdade não me preocupava muito com isto, queria apenas estar no centro da vontade de Deus, já tinha oferecido a Ele o pouco que tinha: meu tempo, meu vigor, enfim minha vida. Sabia que Deus estaria no controle de todas as coisas.
Finalmente o Concílio de 1982 chegou. Roberto receberia sua primeira nomeação, ele já havia trabalhado como ajudante durante os últimos anos, servindo em congregações das igrejas de Campo Grande e depois em Niterói.
Viajei para o Rio de Janeiro com Pastor Uziel e sua esposa Eliza, meu pai rigoroso como ele era só me deixava viajar com eles e sendo eleita como delegada da igreja local ele não tinha muita escolha.  As acomodações do Antigo Acampamento em Xerém eram extremamente precárias, dormíamos em colchões, os banheiros eram poucos e as filas para banho e alimentação eram quilométricas. Mas sabem de uma coisa nada disto era obstáculo para nem um de nós. Pelo contrário o clima era um misto de alegria, prazer e expectativa pelos próximos acontecimentos ou seja as consagrações e as nomeações pastorais que como é hoje, acontecia sempre no encerramento do concílio.
Depois de passarmos dois dias em plenárias, sempre de sábado para domingo tínhamos a vigília. Passávamos a noite em claro buscando ao Senhor.  No domingo o antigo auditório ficava lotado, caravanas de toda a parte do Rio de Janeiro chegavam para ouvir as nomeações pastorais para o exercício seguinte.
Depois da plenária da manhã, Iniciava-se o culto de consagração.  Lembro-me do lindo coral cantando Mil glórias, Aquela melodia cheia de harmonia e graça enchia meu coração ajudando –me a superar o cansaço e o calor insuportável que se acentuava com a multidão que se aglomerava dentro daquele auditório que agora se tornava pequeno.
Finalmente chegou o momento tão esperado, as consagrações; Estávamos sob forte emoção, a presença de Deus era plausível. Os candidatos se ajoelham, Roberto também se ajoelha e recebe então a imposição de mãos dos ungidos do Senhor. O momento era sublime, Pude ver que ele chorava, não sei o que se passou em sua mente naqueles minutos (na verdade, nunca lhe perguntei) mas creio que foram minutos em que ele talvez tenha voltado no tempo, desde o seu chamado, o seu começo, o dia em que chegou no seminário, somente com uma mala, as instalações precaríssimas, talvez, tenha se lembrado da vontade que teve de voltar para casa e ao refletir sobre isto tenha chegado a conclusão que se tivesse desistido não estaria ali agora. Creio que tudo isto poderia ser resumido em apenas uma palavra:  “Gratidão” pois em meu coração havia o mesmo sentimento: “Gratidão”
Até hoje, ao ver pastores sendo consagrados, parece que vejo-os sendo colocados em fileiras como soldados e o Grande General passando em revista as suas tropas. Me emociono, lágrimas rolam pelo meu rosto ao mesmo tempo me mantenho em oração por estes soldados que estão sendo enviados para a batalha afim de resgatar vidas do reino das trevas para o reino de seu amor.
Enfim chega a hora das nomeações.  Todos os obreiros são chamados à frente e são convidados a cantar o hino: 
Se Cristo comigo vai, eu irei
E não temerei com gozo irei, comigo vai
É grato servir a Jesus, Levar a Cruz
Se Cristo comigo vai, eu irei.
Bispo Gessé Teixeira de Carvalho lê então as nomeações para o ano de 1982.
Pr. Roberto Amaral é nomeado para a Igreja em Parque Bristol - Zona Sul de São Paulo pertencente ao Distrito de Itaquera tendo na época como SD O Pr. Silmar Correa Coelho.
Em 2012 completamos 30 anos de ministério e 30 anos de casados.
Durante todos estes anos, tenho tido o privilégio de poder acompanhá-lo tanto nos momentos mais difíceis como nos momentos de conquistas.  Tenho podido também registrar tudo por intermédio das fotografias. Todas as fases de sua vida. Desde sua saída de Belo Horizonte até hoje.

Você talvez queira me perguntar: -Valeu a pena? 
E eu te respondo com toda convicção:  - Sim valeu a pena, Estar no centro de sua vontade sempre valerá a pena.
Que Deus te abençoe muito em sua caminhada cristã. Que seu vigor físico, emocional e espiritual sejam renovados no Senhor.

Um grande abraço,
Márcia Amaral

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