Em minha casa havia um jardim. Nele havia algumas qualidades de flores: Uma
primavera com flores cor vinho que vinham até a sacada (varanda) de minha sala.
Esta primavera dava abrigo aos pássaros que cantavam em minha janela. Por
algumas vezes as rolinhas a escolheram para procriar sua família. Tive o prazer
de acompanhar o nascimento dos filhotes e o desenvolvimento deles até que
pudessem voar. Em meu jardim havia também uma Dama da noite que exalava o seu
perfume por todo o quintal e dependendo do vento chegava até minha sala. E as
orquídeas? Ah! Elas eram lindas, tinha três qualidades delas: uma que dava um
tendão e em sua ponta flores amarelinhas; Outra cujas flores eram brancas e a
última com flores em um rosa choque mesclado de branco. Estas orquídeas me
foram presenteadas por uma irmã muito querida.
Contudo, dentre todas estas
flores lindas que alegravam o meu jardim, a minha predileta era realmente a
rosa. Não sei por que, mas minha roseira tinha um significado muito grande para
mim. Talvez porque, ela havia trazido um colorido especial em dias tão
acinzentados de minha vida.
Minha roseira no início era fraca, qualquer
“chuvinha” e suas pétalas se desmanchavam ao chão sobrando apenas o tendão, mas
à medida que foi ficando mais velha, parece que ela foi se fortalecendo, as
rosas já não se desmanchavam com tanta facilidade. Certo dia, levantando-me
cedo, fui dar uma volta no quintal. Havia chovido a noite e eu podia sentir o
frescor daquela manhã.
Os pássaros voavam e cantavam para lá e para cá, um
bando de periquitos havia chegado recentemente e o barulho era ensurdecedor
quando todos cantavam ao mesmo tempo, mas também era maravilhoso sentir a
natureza logo cedo, desfrutar de tudo que Deus criou para nós. Olhando cuidadosamente
cada flor, de repente, algo me chamou a atenção, parei! Fiquei em silencio por
algum tempo! Mal podia acreditar no que via, em minha roseira havia surgido uma
rosa. Ela era linda, grande, forte, tão forte que suportou a tempestade da
noite anterior, mas como eu não a tinha percebido? Ela não podia ter surgido da
noite para o dia, talvez por causa da correria daquela semana eu não percebera
que um botão nascera. Ao ver aquela rosa, entendi que ela não era uma rosa
comum, não! Ela não tinha vindo por acaso! Percebi, que ela não poderia ser só
minha, seria egoísmo de minha parte ficar com ela só para mim, alimentando
minha vaidade de ter uma rosa linda adornando meu jardim. Eu precisava
reparti-la com alguém, sim! Ela surgira não somente para adornar o meu jardim,
mas quem sabe para dar cor à vida acinzentada de alguém. Orei a Deus: Senhor de
quem é esta rosa? A quem devo dá-la Senhor? Rapidamente me arrumei, peguei uma
tesoura afiada e cuidadosamente cortei o cabo que sustentava minha rosa. Eu já
sabia a quem deveria levá-la. Em nossa igreja, uma irmã estava gravemente
enferma. Vezes por outra íamos visitá-la e cada dia a achávamos mais
debilitada. Cheguei em sua casa logo cedo, não podia perder tempo, a rosa
precisava estar linda, ela precisava sentir o frescor da natureza através
daquela rosa. Quem sabe ela perceberia que o nosso criador a amava e estava
cuidando dela em meio ao sofrimento assim como Ele havia cuidado daquela rosa
em meio à tempestade. Meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam, realmente
estava muito ansiosa. Pedi para vê-la, ao chegar em seu quarto, ela se
encontrava deitada, seu semblante mostrava que ela não estava muito bem naquele
dia. Dei-lhe um beijo na testa e entreguei-lhe a rosa, contei-lhe o ocorrido em
meu jardim naquela manhã. Seu rosto se iluminou, um pequeno sorriso brotou de
seus lábios; Ela havia entendido a mensagem, ela agradeceu e pediu que
colocasse a rosa em um copo na mesinha ao lado da cama. Conversamos um
pouquinho e disse que precisava ir, o dia prometia ser cheio, mas a minha principal missão havia sido cumprida naquele dia. Oramos e me despedi com
mais um beijo na testa. Dias depois, recebi a notícia que ela havia partido
para se encontrar com o Senhor.
Desta vez, ao olhar para meu jardim, minha rosa não estava lá, contudo,
havia um sentimento de gratidão em meu coração por ter tido a honra de repartir
com alguém algo que para mim era tão especial: “A minha rosa”. Dias depois
surgiram vários botões em minha roseira que continuaram a adornar o meu jardim.
Termino este deixando para sua meditação Mt. 16.25 que diz: Porque aquele que
quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim,
achá-la-á.
Que Deus te abençoe
Márcia Amaral
Obrigada irmã Marcia por compartilhar esta preciosidade conosco..... Talvez minha alma não se encontre em nenhum momento acinzentada e nem em meio a tempestades, porém, esta reflexão sem dúvida nenhuma nos faz pararmos e analisarmos pessoas que em muitos momentos estão precisando do perfume de Cristo em suas vidas e seus corações serem aquecidos pelo calor humano... Deus continue a abençoar sua vida e ministério.
ResponderExcluirPrezada Rodiyeria,
ExcluirObrigada pelo carinho em nos escrever. Que o Senhor nos ajude a compartilharmos com outros o que temos recebido de graça das mãos do Pai.
Receba o nosso abraço, extensivo a toda a família..
Márcia Amaral
Me emocionei! Parabéns por tão sábias palavras. Deus te abençoe.
ResponderExcluirSabrina querida, obrigada pelo carinho e por suas palavras de incentivo.
ExcluirGrande abraço
Márcia Amaral