15 de dezembro de 2012

Deus está sempre conosco na tempestade e na escuridão - parte 2

No texto anterior contei como Deus cuidou de nós naquela estrada deserta próximo a Uruguaiana no RS (leia aqui).   Devido a vida corrida que sempre levamos e as longas viagens do Roberto, procurávamos tirar um tempo a sós  com nossos filhos. Estar perto, de corpo presente ao lado deles; brincar com eles, dar boas risadas, correr, nadar, ver televisão, jogar vídeo game, ir para a cozinha preparar o lanche ou almoço. 
Isto mesmo, fazíamos (e ainda fazemos quando nos reunimos) revezamento na cozinha, todos ajudavam a preparar os lanches afim de que todos pudessem desfrutar  destes momentos de descanso. Roberto levantava bem cedo, preparava  o café e chamava a turma. Era hora de tomar um bom café e sair para passear. Momentos como estes eram de grande aprendizado para eles e para nós. Procurávamos explorar o máximo, sempre atentos, aproveitando as oportunidades a fim de  levá-los a conhecer um pouco mais de  Deus. 


No caminho, não podia faltar as músicas do grupo Logos, Vencedores por Cristo, Asaf Borba que com suas letras profundas iam ministrando aos nossos corações as verdades bíblicas.  Hoje, mesmo que não digam (para não dar o braço a torcer) de vez em quando vejo um e outro sussurrando-as.
Admirávamos juntos as maravilhas de nosso Criador,  a imensidão do mar, a fina areia da praia, o céu estrelado, a lua tão esplendorosa no céu.
Numa destas viagens resolvemos ir até uma cidade turística (não me lembro agora exatamente qual), chegando lá Roberto nos levou para andar de Bondinho, eu não sou muito chegada a altura e nem  a brinquedos radicais. Roberto, desde cedo ensinou nossos filhos a superar o medo e arriscar-se, Ele os desafiava  a ir às alturas,  eles ficavam temerosos mas foram aprendendo a arriscar e a gostar de aventuras. Eu ficava apavorada, parece que meu coração as vezes ia sair pela boca. Pois bem, chegou a hora de subir no bondinho, somente podia ir  duas a três pessoas de cada vez. Decidimos então que  os três iriam na frente, Roberto e eu seguiríamos logo atrás.
Depois de muitas recomendações do instrutor e da mamãe (eu) lá se foi o bondinho, começou a subir, o tempo estava nublado e parecia que ia chover. Comecei a ficar apreensiva e fiquei muito mais quando disseram que teriam que desligar tudo, pois havia chegado uma grande tempestade.  Não podíamos subir, teríamos que aguardar até que a tempestade passasse.
Olhei para cima e o bondinho que meus filhos estavam, ficou parado no meio do caminho, no ar,  não podia ir nem para a frente e nem para trás.
A chuva caía e o vento balançava o bondinho para lá e para cá, Eu não tirava meus olhos de lá de cima, comecei a orar intensamente em espírito, a clamar a Deus que os mantivesse em calma. Procurei manter o equilíbrio e a confiar em Deus. Israel  devia estar com uns 10 anos, Jessé com  uns 7 anos  e Esteves com uns 4 anos.  Imaginem, 3 crianças dentro de um bondinho no ar. Dificilmente ficariam quietos.  Antes de subir, o instrutor havia orientado que todos deveriam permanecer sentados pois era perigoso ficar se mexendo. Eu não tirava meus olhos de lá de cima.
A tempestade de vento durou uns 15 minutos, para mim pareceu uma eternidade. Assim como ela veio, ela se foi. De repente tudo se acalmou, pudemos finalmente, então  subir. Eu mal podia esperar para chegar lá em cima e ver como eles estavam.
Quando chegamos no alto, eles  correram para nós e já foram logo contando o que tinha acontecido. Eu tinha muitas perguntas a fazer mas nem houve tempo. Israel, falador como sempre já foi logo contando: “Mamãe, quando estávamos lá em cima, o Estevinho quis começar a chorar, então eu e Jessé o abraçamos e eu disse a ele que não precisava chorar porque Jesus estava conosco e que íamos começar a cantar e logo, logo a chuva  iria passar.” Ao ouvi-los,  meus pensamentos voltaram  à aquele dia, naquela estrada escura e deserta lá no Rio G. do Sul, quando o nosso fusquinha de repente parou de funcionar e tivemos que passar a noite dentro do carro. Lembrei-me como pude me manter em calma e acalmá-los também.  Sim, a semente de nossa confiança em Deus  tinha sido plantada em seus coraçõezinhos, elas brotaram  e  com o passar dos anos elas foram crescendo  e agora estavam dando frutos maravilhosos.
 Nunca devemos subestimar as crianças, achamos que elas não estão ligadas e que o modo como agimos e o que falamos não fazem diferença para eles.  Quero te dizer que  o modo como reagimos às circunstancias da vida poderão  definir como nossos filhos agirão amanhã.
Naquele dia, lá em cima daquela montanha pude louvar a Deus por sua sabedoria, por sua graça e por seu cuidado para conosco. 
Eu e Roberto os desafiamos a continuar a confiar em Deus na mais densa tempestade da vida.
Hoje meus filhos já são homens feitos e sempre que as coisas estão difíceis, quando há crises, os vejo correr para os braços de Jesus pois eles aprenderam que somente nos braços de Jesus encontramos paz e segurança.

Que Deus  abençoe a sua família.
Um grande Abraço,
Márcia Amaral
 

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